Nos tempos que correm, uma pessoa deve de ter a mente fléxivel e nada superficial em todos os aspetos. Sempre preocupada com a poupança e a sustentabilidade, os meus neurónios não têm sossêgo. Admito que, ultimamente, e mais do que nunca, tem sido uma fase de grande reflexão quanto ao meu e nosso futuro. Muitas ideias, planos, sonhos… Tudo por conquistar, sem qualquer aparente pilar ou força exterior. Mas é este tipo de desafios a que estou acostumada. Custa sempre, mas a determinação e o optimismo dão frutos. Gosto de olhar para trás e ver que fui capaz do que achava impossível, gosto de seguir em frente e encontrar novas batalhas, mais sangrentas e gloriosas. É assim que me sinto viva. Todos estes sonhos estão anotados em letras permanentes, qualquer informação alheia vem como acréscimo para alimentar esta nascente, assim como pessoas, seres racionais, que partilham o mesmo espírito. É com uma grande felicidade que acolho pessoas assim no meu coração, pois sei que vão viver comigo o resto de uma vida. Tenho ficado surpreendida com a quantidade de pessoas que já desenvolvem planos sustentáveis, que descobrem, que inovam, às quais gostaria de me juntar um dia. Mas um tijolo de cada vez…
A parte mais fácil de todo este desejo é transmitir o conhecimento à família, queridos e chegados. As conversas têm sido diferentes do habitual, interessantes ao nível da inovação e do exercício mental.
Como vêem, procuro cozinhar sempre em casa, com produtos biológicos e da época, embora (ainda) não tenha uma área de cultivo própria. Mas cozinhar, conhecer a química daquilo que ingiro não está apenas nas refeições principais, está também nos líquidos, nos pães, nos cereais… Para além de economizar, sinto-me melhor. Quero que assim seja sempre, para mim e para quem me rodeia.
Ontem andei a batalhar quanto ao pequeno-almoço. Como habitual, não me conseguiria deitar na almofada sem realizar qualquer desejo.
A lua já se encontrava alta quando me fechei na cozinha. Entre contrastes de sabores e cores, o cálculo mental de um pão saboroso ficou-se por, aproximadamente, 1€. Rápida preparação, consegui deitar-me antes do amanhecer, deixando a arrefecer:
Pão de sementes de girassol, uvas passas e damasco
- 400 g de farinha de trigo
- 100 g de farinha de centeio
- 20 g de sementes de girassol
- 50 g de uvas passas
- 50 g de damasco seco
- 350 mL de água morna
- 40 g de levedura
- 4 g de sal
Misture as farinhas com as sementes e o sal. Adicione os frutos secos e envolva todos os ingredientes secos.
Dissolva a levedura num pouco de água.
Faça um buraco no meio da farinha e adicione a água, lentamente, mexendo sempre. Por fim, adicione a levedura e envolva tudo muito bem. Deixe repousar 30 min no recipiente, num local quente.
Findo esse tempo, transfira o preparado para uma forma de bolo inglês ou, se pretender, faça pequenas bolas. Deixe repousar por mais 45 min, num local quente. Finalmente, está pronto a cozer. Para uma melhor cozedura, ligue o forno a 200ºC e leve um recipiente com água, resistente à temperatura, a aquecer durante 10 min. Reduza a temperatura para 180ºC, retire o recipiente com a água e leve o pão a cozer, durante cerca de 45 min.
O aroma na cozinha faz despertar o apetite para o pequeno-almoço, mas há que ser resistente. Para não se desprender de todo desse desejo, pode adiantar a mesa para o pequeno-almoço. É uma das melhores maneiras de não atacar qualquer coisa de manhã, com o sono, e de tomar um pequeno-almoço equilibrado.
Retire o pão do forno, morno ou frio.
Bom-dia!